Minha experiência com HEART Framework e como aplicar

Embora não seja nenhuma super novidade, o HEART é um framework do Google que é pouco falado e também subestimado, na minha visão. Para quem gerencia produtos, pode ser uma forma simples de acompanhar a jornada do usuário e monitorar a experiência como um todo.

O que significa o HEART Framework?

HEART é um acrônimo, onde cada sigla significa uma parte da experiência do usuário e a ideia central é definir uma ou mais métricas essenciais de cada etapa da jornada, que ajudarão a montar uma visão geral do seu produto. 

HEART significa: 

H – Hapiness (Felicidade / Satisfação) 

E – Engagement (Engajamento) 

A – Adoption (Adoção) 

R – Retention (Retenção) 

T – Task Success (Sucesso nas tarefas) 

Utilizando o HEART na prática

De forma prática, tive a oportunidade de aplicar o framework em um produto que cuidei. No meu caso, era um app de conta digital, onde o principal objetivo era a conversão de usuários nos fluxos transacionais. A melhor parte é que se você utiliza alguma ferramenta de métricas, como o Google Analytics, boa parte destes dados são gerados facilmente. 

Contudo, a interpretação de cada um desses conceitos pode variar dependendo do seu produto e contexto, mas vou trazer o exemplo de como aplicamos, para facilitar o seu entendimento.

Nós utilizamos as seguintes métricas: 

Hapiness 

  • NPS
  • Feedbacks In App
  • Avaliação nas app stores (Google Play e App Store)
  • CSAT

Engagement 

  • Tempo médio de retorno 
  • Duração da sessão
  • Conversão por sessão*

Adoption

  • Novos usuários
  • Uso de novas features por usuário
  • Tempo para primeira transação

Retention

  • Lealdade
  • Returning users**
  • Frequência de conversão

Task Success

  • Conversão da feature “a” 
  • Conversão da feature “b” 
  • Percentual de sessões com conversão de “a” ou “b” 
Tabela explicativa
Aqui uma visão organizada de como você pode plotar os dados do HEART Framework

Considerações finais

Sobretudo, é importante lembrar que esse framework de forma alguma vai trazer todos os dados que você pode analisar. A ideia é gerar insights de pontos que o time pode aprofundar e a partir disso, gerar hipóteses para alavancar as métricas, de acordo com as prioridades da sua empresa e produto. 

Na ocasião, esse material foi reunido em uma apresentação, que foi feita para os times envolvidos e os stakeholders do produto e gerou diversos insights de pontos de melhoria para evoluirmos as métricas que não estavam boas o bastante, bem como, uma clara visão de pontos onde a experiência estava sendo satisfatória. 

Você pode ler mais sobre esse framework aqui.

* Um ponto importante quando falamos em conversão é que ela pode ou não estar associada a monetização. Contudo, isso vai depender muito do que você considera conversão para o seu produto. Além disso, a conversão pode estar em vários momentos da jornada e associada a diversos eventos.

** Returning users é um conceito do Google Analytics que exibe o percentual de usuários novos x antigos. É importante ponderar o uso dessa métrica, pois um grande crescimento (uma nova campanha, por exemplo) pode aumentar o percentual de usuários novos e aparentar que há uma queda nos usuários antigos, o que nem sempre faz sentido.